TJMG recebe visita de juiz auxiliar do CNJ

O juiz Bráulio Gabriel Gusmão, auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), esteve em Belo Horizonte nesta quinta-feira (10/10) para um encontro com o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), desembargador Nelson Missias de Morais.

Acompanharam a visita – que possibilitou a troca de informações sobre projetos de ambas as instituições, envolvendo tecnologia informatizada – o juiz auxiliar da Presidência, Delvan Barcelos Júnior; o diretor executivo de Informática do TJMG, Antônio Francisco Morais Rolla; e o gerente de sistemas judiciais informatizados do TJMG, Dalton Luiz Fernandes Severino.

O chefe do Judiciário estadual mineiro apresentou ao juiz Bráulio Gusmão soluções desenvolvidas pelo TJMG para gestão de contratos, plano de construção de novos fóruns, bem como ferramentas de controle e fiscalização de obras, o programa inovador de compliance, em vias de implantação de forma pioneira por Minas.

Também foram citadas a expansão do processo judicial eletrônico (sistema PJe) que, depois de ser concluído na esfera cível, começa a ser inaugurado no âmbito criminal, em projeto-piloto para todo o País, e ações do planejamento estratégico.

Bráulio Gusmão, magistrado paranaense cuja área de origem é a justiça trabalhista, foi convocado pelo CNJ em setembro de 2018, mas já havia exercido a função anteriormente, em 2014, coordenando os trabalhos relacionados ao processo judicial eletrônico (PJe).

O juiz destacou que a Justiça do Trabalho possui aproximadamente 4 milhões de demandas ativas, mas que o estoque só do TJMG está relativamente próximo desse número.

Sistema PJe

Até o momento o sistema PJe, funcionando em todas as 296 comarcas mineiras, soma mais de 2,5 milhões de processos distribuídos (incluindo cerca de 206 mil no Juizado Especial). Os feitos já arquivados definitivamente ultrapassam a marca de 1,1 milhão e as sentenças prolatadas são mais de 880 mil. A ferramenta está implantada em 1.011 órgãos julgadores e já foi acessada por mais de 203 mil usuários.

Nas 47 turmas recursais, são 5.282 processos distribuídos, dos quais 1.759 encontram-se arquivados. Ao todo, 1.891 sentenças foram prolatadas. O sistema está disponível em 319 órgãos julgadores. Cerca de 28 mil usuários já se cadastraram para utilizar a aplicação.

Fonte: TJMG

 

Polo Indígena de Conciliação será reativado

Localizado na comunidade do Maturuca, Terra Indígena Raposa Serra do Sol, no município do Uiramutã, o primeiro Polo Indígena de Conciliação do Brasil volta a funcionar esta semana em Roraima. A ação faz parte do Mês Estadual da Conciliação, o ConciliaRR (Concilia Roraima), promovido pelo TJRR (Tribunal de Justiça do Estado de Roraima).

Conforme o cronograma, os trabalhos para a reativação começam nesta quinta-feira, dia 3, e a solenidade de oficialização está marcada para sexta-feira, dia 4, quando a primeira audiência de conciliação totalmente indígena, conduzida por indígenas, depois da volta do funcionamento será realizada.

Além da cerimonia de reativação do polo, com as danças de celebração indígenas, e da primeira conciliação indígena do Brasil, a partir da reinauguração, também está programada a certificação de novos conciliadores e a atualização do método com aqueles que foram capacitados há mais tempo.

Criado em 2015, o Polo Indígena de Conciliação Maturuca visa dar condições para que os próprios indígenas resolvam conflitos existentes nas comunidades de maneira pacífica e rápida, sem depender da interferência imediata da Justiça.

Segundo o juiz auxiliar da Presidência do TJRR e coordenador do Polo Indígena de Conciliação, Aluizio Vieira, a ação faz parte das políticas de acesso à justiça e tratamento adequado dos conflitos de interesse. “O polo dá condições e autonomia às comunidades indígenas para resolverem seus conflitos de forma diferenciada, de acordo com a cultura e os costumes deles”, explicou.

Os conflitos mais recorrentes nas comunidades dizem respeito à reparação de danos causados por animais, atritos com relação ao plantio, falta de cumprimento de regras da comunidade, brigas envolvendo bebidas alcoólicas ou desentendimentos entre famílias. O Polo atenderá todas as comunidades da Terra Indígena Raposa Serra do Sol.

Com o trabalho, a expectativa é que os conflitos nas comunidades e, consequentemente, as demandas judiciais na Comarca de Pacaraima por parte dos indígenas diminuam com o auxílio da conciliação. Ao mesmo tempo, gere redução dos custos para o TJRR, pois com a diminuição do número de processos diminuem também as diligências para intimação das partes, reduzindo o gasto com combustível e diárias de motorista e oficial de justiça.

Histórico

Criado em 2015, na gestão do desembargador Almiro Padilha, o projeto do Polo Indígena de Conciliação Maturuca foi idealizado pelo juiz Aluizio Vieira, quando, à época, era titular da Comarca de Pacaraima. Foi desenvolvido para se adequar a realidade das comunidades indígenas, a fim de atender melhor às demandas específicas, respeitando a diversidade cultural dessas comunidades.

Fonte: TJRR

TJAC inicia mutirão carcerário

O Tribunal de Justiça do Estado do Acre, por intermédio do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo (GMF), iniciou nesta segunda-feira (14/10), o Mutirão Carcerário nas comarcas de Rio Branco e do interior.

O esforço concentrado tem a finalidade de avaliar a situação jurídica de cada pessoa recolhida em estabelecimento prisional e corrobora com o bom andamento dos processos de execução penal, evitando que detentos venham a ter benefícios vencidos e não apreciados.

Estão envolvidas na atividade as Varas Criminais, Vara de Execução Penal, Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas, Vara de Delitos de Organizações Criminosas, Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e Varas da Infância e da Juventude. Essas unidades estão organizando revisão de todos os processos com réus presos provisórios e preventivos, verificando a legalidade da manutenção das prisões.

Para a revisão dos processos, serão reavaliadas todas as prisões decretadas, verificando-se a duração e requisitos que ensejaram a custódia do preso e a real necessidade de manutenção da prisão.

Calendário do mutirão carcerário e socioeducativo 2019

  • Rio Branco – 14 a 25 de outubro
  • Rio Branco (Socioeducativo) – 14 a 25 de outubro
  • Demais Comarcas (não tem presídio) – 28 a 31 de outubro
  • Cruzeiro do Sul – 4 a 8 de novembro
  • Cruzeiro do Sul (Socioeducativo) – 4 a 8 de novembro
  • Senador Guiomard – 18 a 22 de novembro
  • Sena Madureira – 25 a 29 de novembro
  • Sena Madureira (Socioeducativo) – 25 a 29 de novembro
  • Tarauacá – 2 a 6 de dezembro
  • Feijó – 2 a 6 de dezembro
  • Brasileia – 9 e 10 de dezembro

Audiência pública inclui avanços tecnológicos do Judiciário

Em pronunciamento, diretor do Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação do CNJ, Luiz Antônio.  Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Em pronunciamento, diretor do Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação do CNJ, Luiz Antônio. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O processo de inovação pelo qual passa o Poder Judiciário, com avanços e modernização tecnológica, foi tema de exposição do diretor do Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação (DTI) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luiz Antônio Mendes Garcia, no Senado Federal. Ele participou da 34ª Reunião Extraordinária da Comissão de Ciência e Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática, que debateu os projetos Amazônia Integrada Sustentável e Nordeste Conectado. Durante a audiência pública, Garcia declarou que as iniciativas convergem com os esforços do CNJ, cujas ações visam proporcionar maior acesso à Justiça e melhorias na prestação jurisdicional.

Os projetos Amazônia Integrada Sustentável e Nordeste Conectado preveem a implantação de infraestrutura de comunicação no Norte e Nordeste. De acordo com Garcia, nessas regiões, o CNJ encontra dificuldades para implantação de sistemas nacionais criados para o Judiciário em função de deficiências nos sistemas de comunicação, principalmente nos estados de Roraima, Acre e Amapá. O diretor do DTI ressaltou que o Conselho está implementando, em âmbito nacional, diversas iniciativas que tornarão o sistema de Justiça mais ágil. Entre eles estão o Processo Judicial Eletrônico (PJe) e a plataforma Sinapses de Inteligência Artificial. O DTI também apoia o Departamento de Monitoramento e Fiscalização Carcerária e Execução de Medidas Socioeducativas (DMF) na implantação do Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU) e do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP 2.0).

“Os projetos Amazônia Integrada Sustentável e Nordeste Conectado são, para o CNJ, oportunidades estratégicas que atendem aos objetivos da gestão do ministro Dias Tofolli, baseadas na inovação tecnológica para maior integração do Poder Judiciário”, afirmou. Garcia enfatizou que os dois projetos contribuirão para a disseminação dos sistemas nacionais adotados pelo Conselho.

Durante a audiência, Garcia esclareceu que o Poder Judiciário tem o compromisso de otimizar custos, de maximizar resultados e de otimizar os benefícios alcançados pela população, objetivos que podem ser mais facilmente concretizados com a modernização da infraestrutura tecnológica.

Ele destacou ainda que o Poder Judiciário possui ações alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável previsto na Agenda 2030 das Organizações das Nações Unidas (ONU). “Então, existe todo um alinhamento estratégico das ações do Poder Judiciário que não estão centradas exclusivamente na melhoria da prestação jurisdicional para a população brasileira, mas que também atendem aos objetivos fixados pela ONU. Essa tem sido a visão das políticas dos projetos de tecnologia delineados pelo CNJ”, concluiu.

Jeferson Melo 

Agência CNJ de Notícias


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tecnologia e modernização

Atuação de tribunais no combate à crise penal permanente é discutida em evento

II Encontro Nacional dos GMFs. Na mesa principal da esq. para a direita, em destaque, o presidente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Carlos Arboleda, o Secretário-Geral do CNJ, desembargador Carlos Vieira von Adamek, o Corregedor Nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, o defensor público-geral federal, doutor Gabriel Faria Oliveira, o diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), Fabiano Bordignon e o coordenador da Unidade de Estado de Direito do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Nívio Nascimento.FOTO: Gil Ferreira/Agência CNJ

II Encontro Nacional dos GMFs. Na mesa principal da esq. para a direita, em destaque, o presidente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Carlos Arboleda, o Secretário-Geral do CNJ, desembargador Carlos Vieira von Adamek, o Corregedor Nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, o defensor público-geral federal, doutor Gabriel Faria Oliveira, o diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), Fabiano Bordignon e o coordenador da Unidade de Estado de Direito do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Nívio Nascimento.FOTO: Gil Ferreira/Agência CNJ

O impacto que pode ser fomentado via Judiciário para o enfrentamento da crise permanente do sistema penal e socioeducativo do país é o tema do II Encontro Nacional dos GMFs, evento promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nesta quinta e sexta-feira (26 e 27/9) em Brasília. Magistrados e servidores dos Grupos de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMFs) discutem as potencialidades de intervenções a partir do programa Justiça Presente, parceria entre o CNJ, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e o Ministério da Justiça e Segurança Pública para enfrentar problemas estruturais no sistema penal e socioeducativo.

Os GMFs são ligados aos tribunais de Justiça e têm a responsabilidade de implementar as políticas penais judiciárias difundidas pelo Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do CNJ (DMF/CNJ). Durante a abertura do evento na noite desta quinta-feira (26/9), o corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, afirmou que o Judiciário não pode ser partícipe de um sistema com condições degradantes de cumprimento da pena, além da carência de ofertas de educação e trabalho. “Ao reconhecer esse quadro, a gestão do ministro Dias Toffoli estabeleceu um conjunto de ações para a área, que ganha contornos de política judiciária ao prever a articulação de diversos órgãos e instituições para o real enfrentamento da questão prisional”, destacou.

Iniciado pelo CNJ em janeiro deste ano, o programa Justiça Presente busca atacar os problemas estruturais do sistema prisional e socioeducativo de forma simultânea, desenvolvendo soluções adaptadas à realidade de cada unidade da federação e reforçando o protagonismo dos atores locais para o sucesso das iniciativas. Após missões de apresentação em todo o país entre março e junho para início das atividades locais, o Encontro Nacional dos GMFs reúne representantes dos tribunais e integrantes da equipe do programa para discutirem desafios comuns para resultados de curto e médio prazo, assim como a pactuação de novas atividades.

Secretário-geral do CNJ, o desembargador Carlos Vieira von Adamek propôs uma reflexão sobre a atuação da magistratura em uma lógica punitivista, lembrando que a maioria das pessoas encarceradas cometeram crimes sem violência. “Quando se compreende a complexidade do problema e as realidades locais, percebe-se que soluções simples são enganosas”, disse. “O Justiça Presente enfrenta o problema em toda sua complexidade, da porta de entrada à de saída, trazendo modernidade e dignidade ao sistema. Tenho confiança que, juntos, podemos oferecer respostas que o país exige há tanto tempo”, disse.

O defensor público-geral federal, Gabriel Faria Oliveira, disse ser importante avançar na melhoria do sistema com comunhão de trabalho de atores, opinião reforçada pelo diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional, Fabiano Bordignon. “Precisamos de todos juntos para melhorar o nível e qualidade de nossa execução penal”, disse. O diretor do Depen propôs um olhar além do disciplinar, com a abordagem de temas como alternativas penais, monitoração eletrônica, superlotação e ociosidade das pessoas privadas de liberdade.

Representante residente adjunto do PNUD no Brasil, Carlos Arboleda afirmou que o Justiça Presente é estratégico para o desenvolvimento do país, com grande potencial de transformação. “A reintegração de egressos pode ser a chave para a construção de uma sociedade mais justa e pacífica”, disse. O coordenador da Unidade de Estado de Direito do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Nívio Nascimento, abordou a qualificação das audiências de custódia realizado pelo órgão junto ao Justiça Presente. “É a primeira vez que vejo um programa ser integral, trazendo todos os elos da justiça penal para tentar reverter um grave quadro”, afirmou.

Atividades

A programação incluiu diálogos internos entre os representantes dos GMFs, as coordenações estaduais e as equipes nacionais do Justiça Presente e do DMF/CNJ para o refinamento de estratégias. Também foi apresentado um histórico dos GMFs e um raio x sobre a atual configuração dos grupos em todo o país, com variações ainda sentidas de tribunal a tribunal quatro anos após a resolução que regulamentou o funcionamento dos GMFs (214/2015). “O maior desafio é como transformar a boa vontade de pessoas e gestões em uma política judiciária institucionalizada, que atenda ao interesse público de forma continuada e com base em evidências”, analisou o coordenador do DMF/CNJ, Luís Lanfredi.    

Para o juiz auxiliar do DMF Carlos Gustavo Direito, é fundamental o trabalho articulado entre o DMF e os GMFs. “É impossível que o DMF conheça todas as necessidades e problemas vividos nos GMFs locais e dar soluções ao sistema penal e socioeducativo, especialmente em um país de dimensões continentais. As palavras-chave devem ser colaboração e construção conjunta, e isso tem sido elemento de sucesso do programa Justiça Presente até agora”, disse.

Também fez parte da programação a conferência Punição, Estigmatização e Subjetividades, apresentada pelo psicólogo professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ex-integrante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Pedro Paulo Bicalho. Ao destacar a seletividade penal, ele lembrou que a punição não nos atinge da mesma forma considerando marcadores como gênero, identidade e raça. “Falar em subjetividade não é de algo etéreo, é muito concreto. Sua concretude serve para nos estigmatizar e está presente e palpável quando analisamos o sistema prisional e o socioeducativo”, afirmou.

O especialista propôs, então, que o reconhecimento entre todas as partes é fundamental para o enfrentamento deste quadro. “Isso só é possível quando entendemos que cumplicidade é estruturante no tipo de intervenção que queremos pensar. Mudar as lógicas, enfrentar, ousar, fazer diferença.”

 

Iuri Torres
Agência CNJ de Notícias


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sistema carcerário e execução penal,SEEU

Plenário aprova orçamento do Judiciário da União para 2020

Nova Sede do CNJ. Foto: Gil Ferreira/Agência CNJ

Nova Sede do CNJ. Foto: Gil Ferreira/Agência CNJ

O pleno do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) emitiu parecer favorável à proposta orçamentária para 2020 dos órgãos do Poder Judiciário integrantes do Orçamento Geral da União durante a 297ª Sessão Ordinária. De acordo com o documento, todo o Poder Judiciário deverá utilizar R$ 48,4 bilhões no próximo ano, uma redução de 3% sobre a proposta de orçamento de 2019, que foi de R$ 49,9 bilhões.

A redução entre as propostas de 2019 e 2020 se deve ao ajuste dos gastos com despesas primárias sujeitas ao teto de gastos, pelo fim da compensação prevista na Emenda Constitucional 95/2016.

Em razão de despesas autorizadas em período anterior à sua promulgação, mas não executadas até o exercício financeiro de 2016, a EC 95/2016 permitiu que nos três anos subsequentes, ou seja, 2017/2018/2019, o Poder Executivo aportasse aos órgãos do Poder Judiciário, do Poder Legislativo e do Ministério Público limites compensatórios para fins de suportar os gastos anteriormente autorizados.

Em 2019 havia uma estimativa de gastos primários da ordem de R$ 44,4 bilhões. Para 2020 a previsão é de R$ 42,9 bilhões, uma queda de R$ 1,5 bilhão.

A Justiça do Trabalho é a que tem a maior previsão de orçamento para essas despesas, cerca de R$ 18,8 bilhões. No entanto, o montante é 5,43% menor do que o estimado para 2019.  O maior corte foi no próprio CNJ, da ordem de 11,24%, seguido pelo Supremo Tribunal Federal, que reduzirá 8,1% de suas despesas primárias em 2020.

“Essa redução impactará fortemente na disponibilidade de recursos para as despesas discricionárias, uma vez que as despesas obrigatórias, em especial as despesas com pessoal, são praticamente incompressíveis.”, detalha o relatório do conselheiro Luciano Frota. Os custos com pessoal representam 81,61% do total dessas despesas primárias.

A redução de recursos para despesas primárias discricionárias em relação ao ano de 2019 será de 19,86% no Poder Judiciário. Os órgãos mais atingidos serão a Justiça do Trabalho com redução de 42.4%, o STF com 23,7%, o CNJ com 19,6% e a Justiça Federal com 11,7%.

A proposta contempla, ainda, R$ 1,28 bilhões em despesas primárias não sujeitas ao teto de gastos, que são destinadas às despesas com Pleitos Eleitorais em 2020.

Primárias e financeiras

Além dos R$ 44,2 bilhões destinados ao custeio das despesas primárias, a proposta contempla outros R$ 4,2 bilhões para atendimento das despesas financeiras, que se referem às contribuições da União para o regime de previdência.

O artigo 99 da Constituição Federal assegura autonomia administrativa e financeira ao Poder Judiciário, cabendo aos Tribunais a elaboração de suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Cabe ao CNJ oferecer um parecer sobre as propostas, documento este que deverá ser encaminhado à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional até o último dia 28 de setembro, com cópia para a Secretaria de Orçamento Federal da Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia.

Paula Andrade
Agência CNJ de Notícias


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Sessão Ordinária

Migração do Novo Portal do CNJ começa nesta sexta-feira (27/9)

Sistemas. FOTO: Arquivo CNJ

Sistemas. FOTO: Arquivo CNJ

A partir das 19h desta sexta-feira (27/9), o processo de migração para o novo portal do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) será iniciado. A nova plataforma é gratuita e tem interface mais simples e intuitiva. Desenvolvido por especialistas em tecnologia e comunicação do Conselho, sob a coordenação da Secretaria Especial de Programas, Pesquisas e Planejamento Estratégico, o portal estará no ar na próxima segunda (30/9).

Nos próximos dias, alguns links, arquivos, páginas e outros conteúdos do portal poderão conter incorreções, que serão corrigidas ao longo da semana.

As mudanças visuais e de linguagem foram desenvolvidas para facilitar a compreensão de informações técnicas e jurídicas do órgão. A nova plataforma escolhida está presente em 30% da Internet. O coordenador de Gestão de Sistemas Corporativos do CNJ, Thiago de Andrade Vieira, ao explicar os motivos pelos quais o Departamento de Tecnologia da Informação do CNJ decidiu pela tecnologia de CMS WordPress, ressaltou que a ferramenta permite atualização do design, melhora da organização das informações, maior transparência e eficiência para o público em geral. Além disso, os usuários terão mais facilidade para acessar os serviços do site, que tem versões em inglês e espanhol, por meio de tablets e celulares.

O processo de migração da plataforma começa às 19h desta sexta e a previsão é que seja concluído às 8h da próxima segunda-feira (30/9).

Agência CNJ de Notícias

 


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Portal CNJ

Primeira Infância: seminário reunirá profissionais da Região Sudeste

Infância - Foto: Luiz Silveira/Agência CNJ

Infância – Foto: Luiz Silveira/Agência CNJ

Estão abertas até o próximo dia 20 de novembro as inscrições para o Seminário do Pacto Nacional pela Primeira Infância – Região Sudeste. O evento, que acontece em São Paulo nos dias 2 e 3 de dezembro, integra o projeto “Justiça Começa na Infância: fortalecendo a atuação do sistema de justiça na promoção de direitos para o desenvolvimento humano integral”, coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e financiado pelo Fundo dos Direitos Difusos do Ministério da Justiça e Segurança Pública (CFDD). Os interessados em participar podem fazer a inscrição gratuita no formulário disponível aqui. Durante o encontro, será firmada a adesão dos atores da Região ao Pacto Nacional pela Primeira Infância.

O seminário busca estimular o diálogo entre os responsáveis pela atenção à primeira infância nos estados da Região Sudeste, sensibilizar operadores do direito, equipes técnicas e demais profissionais responsáveis por implementar e monitorar as diretrizes estabelecidas no Marco Legal da Primeira Infância, no Estatuto da Criança e do Adolescente e na Constituição Federal.

O encontro é dirigido a magistrados, procuradores, promotores, defensores públicos, advogados, delegados, equipes psicossociais-jurídicas, parlamentares e servidores dos Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo, profissionais do sistema de garantia de direitos e da sociedade civil da Região Sudeste – Conselhos Tutelares, Conselhos de Direito da Criança e do Adolescente, servidores das unidades de Direitos Humanos, Desenvolvimento Social, Saúde, Educação e Segurança Pública, empresários, entre outros.

A programação do seminário na região Sudeste também incluirá a premiação das boas práticas em direitos e atenção à primeira infância selecionadas na chamada pública promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O objetivo é selecionar trabalhos inovadores e eficazes voltados às garantias dos direitos desse grupo etário e que possam ser replicados no país. Mais detalhes sobre a programação do Seminário podem ser obtidos neste link

Concomitantemente às palestras programadas para o seminário, serão realizados workshops temáticos com debates e encaminhamento de propostas que possam contribuir com a solução de problemas e dificuldades identificadas nos temas abordados. As deliberações também serão encaminhadas a outros órgãos responsáveis pelas políticas públicas da primeira infância.

Os inscritos que participarem das atividades do seminário receberão certificado.

Jeferson Melo
Agência CNJ de Notícias


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Pacto Nacional pela Primeira Infância

Consulta pública reúne sugestões para Estratégia Nacional do Judiciário

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) quer ouvir os cidadãos sobre o que esperam do Poder Judiciário para os próximos 6 anos. Para isso, abriu consulta pública que trata das prioridades de atuação dos órgãos da Justiça para o período de 2021 a 2026. Acesse aqui a página da consulta pública.

Além da sociedade, a consulta pública pode ser respondida por magistrados, servidores, advogados, defensores públicos, representantes de entidades representativas de classe que desejem contribuir para a melhoria dos serviços prestados pelo Judiciário. A consulta ficará disponível até o dia 6/10.

O questionário apresenta 13 perguntas, cujas respostas devem indicar o grau de importância do tema proposto, além de duas perguntas abertas, para permitir o envio de sugestão diversa de temas propostos e coletar opinião sobre quais serão os possíveis aspectos desfavoráveis para o Judiciário nos próximos anos.

A consulta diz respeito aos chamados macrodesafios do Poder Judiciário: grandes temas ou problemas-chave, que serão objeto de atuação sistêmica dos tribunais e conselhos de Justiça para aprimoramento dos serviços judiciais. Entre eles estão fatores internos à administração, como gestão financeira, estímulo ao uso sustentável de recursos naturais e bens públicos e desenvolvimento organizacional, e também fatores diretamente relacionados à melhoria da prestação jurisdicional, por exemplo, o acesso à justiça, a celeridade e a solução de conflitos.

O Planejamento Estratégico Nacional tem como objetivo nortear a atuação de todos os órgãos judiciários a fim de aumentar a eficiência da Justiça e está sendo realizada de forma colaborativa com a Rede de Governança Colaborativa do Poder Judiciário, que envolve representantes de todos os conselhos e tribunais brasileiros. Mais informações estão disponíveis na página “Revisão da Estratégia Nacional do Poder Judiciário”.

Agência CNJ de Notícias

 

 


CNJ conclui diagnóstico de Coordenadorias de Infância e Juventude

Coordenação da Infância e Juventude (COIJ), em Manaus, realiza audiências concentradas em casa de abrigo. Foto: Raphael Alves

Coordenação da Infância e Juventude (COIJ), em Manaus, realiza audiências concentradas em casa de abrigo. Foto: Raphael Alves

Em 25 tribunais de Justiça dos estados brasileiros, os magistrados que atuam nas Coordenadorias de Infância e Juventude não desempenham essa atividade de forma exclusiva, pois acumulam o exercício com as atividades em suas varas de origem. O dado consta de levantamento realizado pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias do Conselho Nacional de Justiça (DPJ/CNJ) a pedido do Fórum Nacional da Infância e da Juventude (Foninj). A pesquisa ocorreu nos meses de junho e julho deste ano junto às Coordenadorias de Infância e Juventude dos tribunais estaduais com o objetivo de diagnosticar a infraestrutura, o funcionamento e os recursos humanos envolvidos no trabalho dessas unidades.

A pesquisa foi apresentada no VII Fórum Nacional da Justiça Protetiva (Fonajup) e no XXV Fórum Nacional da Justiça Juvenil (Fonajuv), realizados em 9 de setembro, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). De acordo com o levantamento, apesar de a maior parte das coordenadorias terem sido criadas há cerca de nove anos e possuírem um trabalho consolidado, 81,5% não possuem orçamento próprio, número que equivale a 22 tribunais. Nos cinco tribunais que contam com orçamento próprios para as coordenadorias, os valores destinados variam entre R$ 44.650,00 a R$ 865.000,00.

Outro recorte do levantamento mostra que 88,9% das Coordenadorias de Infância e Juventude estão subordinadas às presidências dos tribunais, que também são as responsáveis pelas indicações de 81,5% das coordenações. Quanto ao emprego da força de trabalho nas Coordenadorias de Infância e Juventude, verifica-se que os tribunais de grande porte (TJSP, TJRS, TJRJ, TJPR e TJMG) conseguem distribuir um maior número de magistrados para atuação no tema da infância e juventude. O mesmo não ocorre em relação ao número de servidores envolvidos nos trabalhos, cujo quantitativo é menor em relação aos juízes. As exceções são os TJSP, com 37 servidores, TJMS com 23 e TJPE com 28 servidores.

Nos tribunais de Justiça estaduais contabilizam-se 157 magistrados, 147 servidores efetivos do quadro, 19 servidores cedidos ou requisitados, 13 comissionados e 38 terceirizados. No total, em todo país – com exceção de magistrados – são 387 profissionais trabalhando nessas unidades, sendo que o maior grupo de servidores é formado nas áreas de Direito (40), seguido de Psicologia (35) e Serviço Social (33).

A íntegra pode ser acessada aqui.

Proteção da infância

O Fórum Nacional da Infância e da Juventude (Foninj) foi instituído pelo CNJ em 28 de junho de 2016 por meio da Resolução nº 231. Posteriormente, a Resolução CNJ nº 266/2018 determinou que os 11 membros do Fórum devem ser são representantes do próprio Conselho, da Corregedoria Nacional de Justiça, do Colégio de Coordenadores da Infância e Juventude dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, da Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude e do Instituto Brasileiro de Direito da Criança e do Adolescente.

Recentemente, o CNJ tornou-se signatário do Pacto Nacional pela Primeira Infância e reforçou a atuação para melhorar a infraestrutura necessária à proteção do interesse da criança, em especial, na primeira infância, e para prevenir atos de improbidade administrativa de servidores públicos que têm o dever de aplicar a legislação. A cooperação técnica firmada com a Organização das Nações Unidas (ONU) visando superar os desafios relacionados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 é outro fator que estimula a ação do CNJ.

Especificamente, além do cumprimento do ODS 5, que trata da eliminação de todas as formas de discriminação de mulheres e de meninas e da desigualdade no acesso de homens e mulheres a direitos sociais, o CNJ atua para alcançar o ODS 16, que propõe a redução significativa de todas as formas de violência e o acesso à justiça para todos, bem como o desenvolvimento de instituições eficazes, responsáveis e transparentes.

Jeferson Melo 
Agência CNJ de Notícias


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Infância e Juventude,Fórum Nacional da Infância e da Juventude